Fechamento no Carnaval gera prejuízo às lojas de Ipatinga

Quem esteve nos polos comerciais de Ipatinga na quarta-feira de cinzas (14) encontrou grande parte do comércio lojista fechado durante todo o dia. Mesmo com a rede bancária e outros setores em funcionamento, diversas lojas não puderam atender os seus clientes. Empresários da cidade alertam que a decisão gerou prejuízos.

De sábado (10), após as 12h até a quarta-feira (14), as lojas de Ipatinga permaneceram fechadas, devido convenção coletiva firmada entre o Sindicato do Comércio do Vale do Aço (Sindcomércio) e o Sindicato dos Empregados do Comércio de Ipatinga (Seci). Parte das horas trabalhadas no Horário Especial de Natal foi compensada na quarta-feira de cinzas. Não participaram da negociação os estabelecimentos comerciais dos segmentos de: supermercados, lojas de materiais de construção, autopeças e similares, casas de noivas, bombonieres, casas de doces e balas e materiais para festas e similares.

Para um dos sócios das Óticas Maria José, Gláucio Sathler Júnior, o fechamento do comércio por quatro dias e meio atrapalha muito na retomada do crescimento econômico. “Foi assinado um acordo entre o sindicato patronal e dos comerciários, porém, houve um exagero. Temos que entender que o varejo é um ser vivo. Se você perde a venda porque estava fechado, não quer dizer que vai recuperá-la no dia seguinte. Fechar o comércio no sábado e reabrir na quinta-feira é um crime, especialmente diante da crise econômica”, pontua Gláucio.

O proprietário da loja de roupas Só Marcas, Marco Aurélio Ramos, destaca que para os empresários de pequenos comércios o fechamento foi desastroso no mês de fevereiro. “Temos que repensar no modo de compensação de horas. Viemos de anos com uma economia muito ruim e emendar todo o Carnaval não é uma boa alternativa. O mês de fevereiro já é complicado e esta decisão piorou. A classe empresarial deve mobilizar para que isso não se repita”, avalia Marco Aurélio.

Na opinião do empresário, Georgenes Viana, proprietário das lojas de calçados Constance, a estratégia de compensação deve ser diferente. “Todos estão reclamando do momento de crise e faturamento no varejo. Nós deveríamos trabalhar mais, aumentar a nossa produtividade e não foi o que aconteceu. O comércio lojista ficou desprivilegiado. Ficar parado tanto tempo é prejuízo para todo mundo, é queda na arrecadação do município, no faturamento do comerciante e na comissão do comerciário”, afirma Georgenes.

O presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga (Aciapi), Cláudio Zambaldi, reitera que o horário de compensação das horas trabalhadas no Natal não correspondeu ao desejo da entidade nem da classe lojista. “De modo geral, os comerciantes não ficaram satisfeitos com o fechamento das lojas durante os dias de Carnaval. Não abrir na quarta-feira de cinzas trouxe um impacto negativo nos caixas e infelizmente, toda a população saiu no prejuízo, uma vez que o comércio é um importante gerador de emprego e renda no município”, pontua Cláudio.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, José Carlos de Alvarenga, os consumidores também ficaram em desvantagem no horário estabelecido por meio de acordo sindical. “Muitos clientes foram aos centros comerciais de Ipatinga na quarta-feira, após o meio-dia, e deram com portas fechadas. Inclusive pessoas de outros municípios tiveram que retornar às suas casas sem realizarem as compras. Permanecer com o comércio fechado por quase cinco dias foi desrespeitoso com os consumidores que prestigiam o comércio de Ipatinga”, ressalta José Carlos.



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